Me, myself and I
Passei o carnaval mais sóbrio dos últimos 20 anos. Será a idade? Será o trabalho cansativo? Mas o trabalho já vivo a anos. Acho que realmente ando mais sóbria, em todos os sentidos. Sensação boa, mas ao mesmo tempo assustadora, por que não estar sóbria é tão mais fácil, tão corriqueiro e reconfortante pelo menos no momento. Estar de cara limpa em momentos tão propícios à loucura é tão novo quanto estranho, é como se eu não soubesse o que fazer com os braços quando a timidez bate. O alcoólatra quer ter um copo na mão pra justificar o vazio, a espera de alguém, a timidez, o desconhecido, as mãos balançando, aquela sensação de não pertencer que ninguém percebe se você estiver bebendo ou fumando um cigarro. Cheguei a um ponto estranho da vida em que nada disso importa, por que não passa da opinião alheia. E a opinião alheia não faz mais diferença, salvo raras exceções. Quero desconhecer pessoas, saber o menos possível da vida dos outros, ajudar a ninguém a não ser eu me...