Vamos nos jogar onde já caímos
O ano começou e já me trouxe uma bela sinusite. Entendi como um recado: cuide-se mais. Fui obrigada a ficar sem fumar, beber álcool, me hidratar muito (virei uma maria mijona), me alimentar bem, dormir bem e ficar mais afastada das telas (por que os olhos doem). Dói a cabeça, o corpo fica mole, mas acabei achando (quase) bom, por que vi que todo esse cuidado deveria ser diário, e às vezes a gente segue ignorando. Não faço promessas, mas acho que posso chamar de meta, me soa mais tangível. No meio disso tudo, recebi uma proposta de trabalho, num restaurante relativamente novo aqui perto. Não sei ainda nem quanto vou ganhar, mas topei fazer uma experiência amanhã. Era o trabalho que eu queria? Não. Mas foi o que apareceu e ando muito precisada por que a vida anda difícil. O trabalho dos sonhos também só existe quando a gente não precisa dele pra sobreviver. Já trabalhei em muitos lugares aqui fazendo a mesma coisa, mas dessa vez estou ansiosa, passei o dia com isso na cabeça e entendi que não é o trabalho em si, mas o que ele representa nesse momento. Significa que vou ter que sair do casulo que criei nesses últimos tempos, sair da segurança da minha casa, dos momentos de estudo, do sol que voltou a ser meu amigo, botar a cara na rua de novo, perder minha semana inteira e viver pra trabalhar numa coisa que eu não queria mais. Ao mesmo tempo que fico feliz e agradecida por terem me chamado, fico receosa de ficar infeliz de novo. É pedir muito um trabalho normal, de segunda a sexta em horário comercial? Acho que no Brasil desses tempos sombrios é. Tanta gente por aí passando fome, se humilhando em trabalhos indignos pra sustentar famílias inteiras. Por isso é melhor agradecer mais e reclamar menos. Quem sabe esse incômodo de perder meu tempo de novo não era a mola que eu precisava pra me empenhar mais em viver outra realidade? Esse tipo de trabalho cai na minha mão sem eu nem procurar de repente por que minha energia e foco ainda não estão tão claros, daí acabo atraindo a mesma coisa e voltando pro mesmo lugar. A ansiedade de voltar pro mesmo lugar não me paralisa mais, mas me faz refletir. É certo que não posso ficar em casa pra sempre só fazendo o que tenho vontade, uma hora o ócio consome e as contas não se pagam sozinhas. Vou confiar. Se foi isso que se apresentou logo assim de cara, no começo do ano, é pra dar certo, de algum jeito. Hoje vou ter uma conversa séria com meu mentor e amanhã é outro dia. Tudo novo de novo (?).
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