Segundo dia na casa nova. Banho quente, de horas, com bucha. Preta, marrom, bege, clara. Assim fui, lutando dia após dia pra não surtar. Milagrosamente não surtei. Não que eu não tenha me cortado nos últimos tempos, mas agora já acho isso normal, se cortar. Você só quer sentir algo que valha, então acho que se cortar é, sim, normal. E ao mesmo tempo levanto e vou dormir agradecendo pela vida. A que tenho, a que tive e a que ainda terei se eu mesma permitir. Os 41 tem sido mais gentil comigo do que os 40. Não tem nem um mês, mas já sinto que tem sido mais de ganhos do que de perdas. O fundo do poço não é bonito e nem tem uma mola, como acham. Pra sair dele você precisa escalar, escorregar, cair de novo e o resultado nunca é como a gente pensa. Ás vezes é até melhor, ou parecido, ou não é nada daquilo. A real é que nunca é como a gente imagina, nada, nunca. Se surpreender é a grande graça, mas a paciência tem que vir junto e esse é o problema do ansioso. A gente finge ter paciência, mas ...
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Me, myself and I
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Passei o carnaval mais sóbrio dos últimos 20 anos. Será a idade? Será o trabalho cansativo? Mas o trabalho já vivo a anos. Acho que realmente ando mais sóbria, em todos os sentidos. Sensação boa, mas ao mesmo tempo assustadora, por que não estar sóbria é tão mais fácil, tão corriqueiro e reconfortante pelo menos no momento. Estar de cara limpa em momentos tão propícios à loucura é tão novo quanto estranho, é como se eu não soubesse o que fazer com os braços quando a timidez bate. O alcoólatra quer ter um copo na mão pra justificar o vazio, a espera de alguém, a timidez, o desconhecido, as mãos balançando, aquela sensação de não pertencer que ninguém percebe se você estiver bebendo ou fumando um cigarro. Cheguei a um ponto estranho da vida em que nada disso importa, por que não passa da opinião alheia. E a opinião alheia não faz mais diferença, salvo raras exceções. Quero desconhecer pessoas, saber o menos possível da vida dos outros, ajudar a ninguém a não ser eu me...
(I'll never be) Maria Magdalena
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Quase um mês, quase um mês inteiro de procrastinação, de covardia e de sentimentos confusos. Há quase um mês, vivi e revivi algumas experiências que quase me fizeram perder o foco. Me apaixonei, desapaixonei, apaixonei de novo e, no fim, me apaixonei mais uma vez, mas por mim mesma. Não sem antes me embolar inteira. Ouvi confissões e segredos que me levaram à uma retrospectiva nada agradável, mas necessária. Revisitei lugares, pessoas, conheci novos alguéns e experimentei a sensação de um trem saindo do trilho. Algumas companhias deixadas pra trás com muita certeza de estar fazendo o melhor pra minha saúde mental e física, finalmente. Respiro aliviada, mas talvez tenha sido prematuro divulgar esse "diário" por que acabei me censurando por medo de fazer certos relatos, ainda que sem nomes, e cutucar a ferida de quem vestir a carapuça. Seria mais uma vez um medo de desagradar? De não ser aceita? De perder pessoas não tenho mais medo (só minha mãe). Pessoas vão e vêm todos os di...
Será?
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Dias e dias afastada daqui. Viver bem tem tomado meu tempo, um tempo precioso voltado pra mim mesma. Menos culpas, menos excessos, mais encontros e surpresas que tenho abraçado sem pensar tanto. Ainda falta muita coisa, o processo é longo, eu diria que a aprendizagem é eterna, mas sensação de caminho certo dá um medinho bom, um frio na barriga de uma paz terrível que sinto chegando. Coisa boa conseguir ver além do que se mostra e descobrir que sempre tenho escolhas, ver que sair de cena não é a solução. A solução é ficar, ser, estar presente pra que o futuro se apresente e ter forças pra cair e levantar todas as vezes que for preciso, por que a vida é feita disso mesmo. Entrego uma parte aos que me guiam e me intuem, e agradeço. O exercício de tentar parar de ouvir minha cabeça e ouvir o estômago e o coração. Será possível?
Vamos nos jogar onde já caímos
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O ano começou e já me trouxe uma bela sinusite. Entendi como um recado: cuide-se mais. Fui obrigada a ficar sem fumar, beber álcool, me hidratar muito (virei uma maria mijona), me alimentar bem, dormir bem e ficar mais afastada das telas (por que os olhos doem). Dói a cabeça, o corpo fica mole, mas acabei achando (quase) bom, por que vi que todo esse cuidado deveria ser diário, e às vezes a gente segue ignorando. Não faço promessas, mas acho que posso chamar de meta, me soa mais tangível. No meio disso tudo, recebi uma proposta de trabalho, num restaurante relativamente novo aqui perto. Não sei ainda nem quanto vou ganhar, mas topei fazer uma experiência amanhã. Era o trabalho que eu queria? Não. Mas foi o que apareceu e ando muito precisada por que a vida anda difícil. O trabalho dos sonhos também só existe quando a gente não precisa dele pra sobreviver. Já trabalhei em muitos lugares aqui fazendo a mesma coisa, mas dessa vez estou ansiosa, passei o dia com isso na...
E agora, José?
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2024. Como assim? Dois mil e vinte e quatro. No fim dos anos 80, eu pegava a calculadora e calculava a idade que todos os meus entes queridos teriam no ano 2000, inclusive eu. Achava que todos seriam velhos decrépitos, inclusive eu que teria 17 anos apenas. Quando penso em 20 anos atrás, ainda me vêm os anos 80 na mente, 30 anos são os 70. Será que eu dormi muito? Nos últimos anos sempre tenho essas sensações em toda virada. De qualquer maneira, eu espero que essa virada seja realmente uma virada, de chave. Não quero fazer nenhuma síntese do passado e nem promessas pro futuro, talvez uma: viver o presente. É o que posso oferecer agora, pro mundo e pra mim mesma. Agradeço por ter sobrevivido, já achei que não fosse conseguir. Mas hoje é outro dia, de um ano novo. Que venham as novidades, estou preparada.
Brancas, azuis, amarelas e pretas
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Tenho prestado atenção em coisas tão sutis, que me sinto até um pouco clichê. A chuva vindo, o barulho dela caindo, o sol se pondo, como reagem as plantas depois de beberem água, tomar um banho de chuva agradecendo por ela existir. Já faz quatro dias que tenho uma visita ilustre na minha casa. Uma borboleta linda, laranja, que me segue aonde eu vou. Talvez já tenha recebido uma visita dessa antes, mas minha cegueira não me deixava perceber, muito menos contemplar. Dentro da espiritualidade, ela representa que transformação, cura, e até mesmo uma visita de um ente querido que já se foi ou do nosso mentor espiritual. Tenho conversado muito com ele todos os dias, pra agradecer, pedir fé e resiliência, entre outras coisas íntimas. O fato é que se for uma visita, é muito bem vinda na minha casa, por que tenho sentido paz e já há algum tempo sinto uma presença forte e muito querida. E, talvez, por coincidência, tem uns dias que não tenho tido ansiedade durante o dia. Hoje...